O Encontro de Administração da Justiça (ENAJUS) é um evento científico anual que se propõe a discutir, com base em evidências, as distintas dimensões teóricas, metodológicas e práticas, que compõem o funcionamento do sistema de justiça. Trata-se de iniciativa que visa congregar várias áreas do conhecimento, como Direito, Economia, Sociologia, Ciência Política e Administração Pública, com a finalidade de gerar e disseminar conhecimentos capazes de melhorar os níveis de eficiência e de efetividade da Justiça. Essa ação é particularmente importante, na medida em que sistemas de justiça são, regra geral, caros, congestionados, lentos e pouco efetivos.
Administração da Justiça é tema de alta relevância social e política, porém ainda pouco estudado, em particular nos países de matriz lusófona. A administração da justiça implica o uso coordenado e articulado de recursos, conhecimentos, pessoas, regras e leis, com o objetivo de resolver conflitos entre indivíduos, grupos e organizações. Consequentemente, sistemas de justiça bem administrados são uma conquista civilizatória das sociedades e contribuem para a paz social e para o desenvolvimento socioeconômico de países em geral. Sistemas de justiça bem administrados também podem fomentar relações sociais baseadas em valores e princípios éticos e morais, incluindo o respeito às leis e regras que regem tais relações, e o reconhecimento dos direitos de grupos sociais e indivíduos.
O EnAJUS teve início em 2018 e, desde então, é resultado do trabalho cooperativo do Ibepes, do grupo de pesquisa em Administração da Justiça (AJUS) da Universidade de Brasília e diversos parceiros nacionais e internacionais que vieram se somando a esse empreendimento ao longo dos anos. O EnAJUS reúne, anualmente, aproximadamente 150 participantes, entre professores, pesquisadores, técnicos, gestores públicos, formuladores de políticas públicas, operadores do direito e estudantes de graduação e pós-graduação. Trata-se, portanto, de evento que se consolidou e tornou-se internacional rapidamente. O EnAJUS somente tornou-se realidade e um sucesso entre estudiosos e praticantes da Administração da Justiça por meio do trabalho voluntário de mais de uma centena de indivíduos, que atuaram como organizadores, palestrantes, autores de trabalhos, avaliadores e em atividades técnicas e de apoio operacional e logístico.